[vou te contar #13] não tá fácil
Hoje vou te contar sobre: Hoje vou fazer um desabafo
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Parece que ultimamente está todo mundo se sentindo meio solitário, meio perdido, meio triste, ou tudo isso por inteiro.
Mas, ao mesmo tempo, no cenário perfeito da internet parece também que todo mundo está trabalhando com o que ama, se divertindo, cuidando da pele, se alimentando bem, fazendo exercícios, curtindo viagens, festas, e outras mil coisas incríveis.
Talvez eles só estejam fingindo, e fingem bem pois conseguem me convencer de que estou realmente perdendo algo que está acontecendo lá fora, o tal do Fear Of Missing Out, ou FOMO, para os íntimos.
Não estou dando conta de tudo. Mas está tudo bem, porque ninguém está também. Querendo ou não, ser adulto é ter um amontoado de problemas para resolver, trabalhar arduamente para nos intervalos se divertir como gostamos ou como conseguimos naquele momento.
Tudo que vemos online sobre a vida do outro é apenas um recorte cheio de filtros de edição do que ele escolheu compartilhar com o mundo. E obviamente todo mundo prefere compartilhar só o bom, pois é a felicidade fake que alimenta o algoritmo do instagram e gera o engajamento nos posts que saciam os egos diariamente.
Nas redes sociais podemos simular a personalidade que quisermos, a fim de ocultar uma vida pessoal insatisfatória, e talvez até criar um sentido falso para nossa existência. Mas a vida real ocorre no offline, onde nem sempre damos conta de tudo, já que somos um só e precisamos escolher nossas prioridades. Com sorte contamos com o auxílio da nossa rede de apoio para fazer mais, ou pelo menos para minimamente sobreviver.
É por isso que em determinados momentos fazer apenas o mínimo basta, e é uma forma de respeito a nós mesmos. Em alguns dias o nosso mínimo é o nosso melhor naquele momento, mesmo que esteja longe do que somos realmente capazes de fazer.
Nem sempre estamos evitando executar as tarefas ou procrastinando, nosso cérebro realmente precisa de algum tempo longe dos problemas para fermentar as ideias e tornar a execução do que deve ser feito um pouco menos penosa e mais efetiva.
Sejamos mais gentis com nós mesmos. Algumas vezes a exaustão se confunde com muitas coisas. Esse texto, por exemplo, é o mínimo que consigo oferecer hoje, com atraso, depois de longos e dolorosos dias, em que muitas vezes a exaustão se confundiu com uma vontade imensa de abandono do meu ser. Não era vontade de morrer, apenas de não existir.
Há tempos em que a existência pode pesar em demasia.
Para ler
Desaparecer de si: Uma tentação contemporânea - Breton, David Le
Às vezes o indivíduo não quer mais se comunicar, perde as perspectivas, foge do presente, não tem mais projetos, tampouco desejos, e quer ver o mundo de outra margem: eis o que neste livro David Le Breton denomina “branco”. O branco pode afetar homens e mulheres comuns que chegam a um esgotamento total tentando assumir seu personagem. É esse estado particular fora dos movimentos do vínculo social em que desaparecemos por um tempo do qual, paradoxalmente, temos necessidade para continuar a viver. David Le Breton oferece um livro capital que nos ajuda a compreender por que tantas pessoas hoje se deixam levar, são tomadas por “uma paixão pela ausência” face a um mundo que tudo tenta dominar e marcado por uma busca desenfreada de sensações e de aparência.
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