[vou te contar #12] bailando en mexico
Hoje vou te contar sobre: viagens transformadoras
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Uma das minhas coisas favoritas é viajar, e uma coisa fabulosa em viajar é o anonimato. Estar em um lugar onde ninguém me conhece, nem sabe meu nome ou minha história. A desobrigação de vínculos, a possibilidade de ser eu mesma, ser quem eu quiser ou simplesmente não ser ninguém temporariamente é sempre acalentadora.
É como se eu tivesse, nesses poucos dias fora da minha rotina cotidiana, a oportunidade de me preencher com o novo e com isso me tornar um pouco mais quem eu sou.
Fui para alguns lugares, e espero continuar indo, mas de todos os cantos do mundo por onde andei até então, o México é sem dúvida o meu lugar favorito na Terra.
Os dias ensolarados, a sensação ímpar do mergulho nas águas mornas e mágicas dos cenotes maias, os aromas das cidades, os sabores ardentes, a intensidade das cores em todos os lugares, o sentimento de liberdade de ter os seios nus em praia pública sem encarar nenhum olhar de julgamento, a imersão histórica nos mistérios de Teotihuacan, a arte pulsante da Frida Khalo e os pequenos e grandes milagres que aqueles dias intensos me proporcionaram são apenas algumas das dezenas de memórias que me inundam quando penso em coisas que poderia reviver todos os dias para o resto da vida.
Entre pirâmides e vulcões pude saciar os desejos da criança que fui e não obstante da adulta que me tornei. Com as ruas tomadas pelas celebrações do dia de los muertos compreendi que não temer a morte é celebrar a vida e lembrar dos seus mortos em festa é poder ser grato a tudo que eles foram enquanto vivos.
Fui embora com o sentimento de ter feito um novo lar. Uma impressão de pertencimento, como quem se reconhece na vivência, ainda que curta, de um espaço tão familiar e acolhedor.
Ainda ouço, vez ou outra, a playlist que montei para aquela viagem na tentativa de eternizar cada momento vivido ali, e até então as melodias não decepcionam e sempre me transportam para as memórias que guardei nas fotos e no coração.
Vivi os piores dias da minha vida em 2017, ano em que fui ao México. E, graças a isso, possivelmente os melhores também. Vejo agora revistando algumas fotografias que os meus sorrisos na maioria delas são os mais sinceros possíveis, como quem se orgulha de estar na luz depois de tanta escuridão. Ganhei nessa viagem a oportunidade de ressignificar quem eu estava, a duras penas, me tornando.
Sei agora que embora os dias ruins pareçam mais longos do que os bons, há sempre essa esperança de que dias melhores possam existir e que neles hajam lugares novos para desbravar também.
As viagens têm esse potencial transformador em nós e nos permitem acessar camadas do nosso interior que ainda não conhecíamos.
Andar por aí é se conhecer. Viajar é bom, e se tornar nosso próprio lar no processo, melhor ainda. Sei que ainda há centenas de outros lugares no mundo onde eu também posso encontrar outros fragmentos de alma meus, mas só saberei indo até lá e estou contando os dias desde já até que isso aconteça.
humor duvidoso
Eu tô simplesmente obcecada por essa página que reúne imagens aleatórias geradas por um software de inteligência artificial.
weirddalle Weird Dall-E Generations
17 minutinhos
Love, Death & Robots é uma série de curtas de animação, em que cada episódio apresenta sua própria narrativa e estilo visual. Está na terceira temporada e o episódio Jibaro (S3.E9) é uma das animações mais incríveis que eu já tive oportunidade de assistir. Uma experiência visual completa.
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